terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"A Whiter Shade of Pale"

Vinha eu para casa um dia destes e começo a ouvir no rádio do carro a música "A Whiter Shade of Pale" dos Procol Harum. Recuei no tempo uns bons 35 anos e recordei com agrado os meus tempos de liceu, mas principalmente os bailes de garagem, muito em voga depois do 25 de Abril. Havia um “disc jockey” improvisado ( tira single, coloca single… de 45 rotações e de vinil), um tipo responsável pelas luzes…que as acendia se vinha algum dos donos da casa…e as apagava se começava a tocar o "A Whiter Shade of Pale”, por exemplo.

As raparigas daquela época começavam a libertar-se, mas algumas eram ainda eram muito pudicas, e mesmo as que estavam ali porque o namorado estava, ou para arranjar namorado, se ao dançarmos o slow, as apertássemos um pouquinho mais, elas ficavam nervosas e fugiam do “animal”, chegavam-se para o lado contrário não fosse o “bicho” morder-lhes. Eu, e alguns malucos como eu, tínhamos uma táctica para as apanhar. Arranjávamos um rolo interior do papel higiénico, dobrávamo-lo e metíamos no bolso das calças. Ficávamos uns autênticos John Holmes de trazer por casa. Quando começávamos a dançar, ela sentia aquele enchumaço e, como pudica que era, discretamente chegava-se para o lado contrário…onde estava o verdadeiro “animal”…o “bicho” à espera dela. Ganhávamos os dois, nós, os rapazes, tínhamos sentido o que queríamos sentir, e elas tinham fugido do que queriam e deviam fugir.

Ainda hoje penso se não haverá alguma mulher na Madeira que pensa que eu tenho dois animais. Algumas ficavam intrigadas…

Hoje o telemóvel podia substituir o rolo de papel higiénico…só que hoje não se dança o "A Whiter Shade of Pale", e se dançássemos seriam elas que procurariam o “animal”…o “bicho”. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…e ainda bem.

domingo, 14 de setembro de 2008

Mentira

Afinal foi mentira, dizem vcs, ainda não foi desta que ele desistiu. Pois menti, mas menti sem saber que estava mentindo. Há quem minta conscientemente...como a Rute. A Rute era uma antiga amiga do hi5 que, de vez em quando, também comunicávamos através do Messenger.
Passo a transcrever o último diálogo que mantivemos... parece surrealismo:

-Parece-me que a tua foto do perfil é um pouco antiga, não tens nenhuma mais recente? ...dizia eu.
-Por acaso tenho uma bem recente....vou mandá-la. E a Rute manda-me a sua foto recente...e eu recebo.
-Não quero conhecer tua mãe, quero conhecer-te a ti.
-Parvo, sou eu.
-ups....estava a brincar, até estás parecida com uma actriz de cinema.
-Uau, qual?
-Com a Zsa Zsa Gabor...
-Não conheço...
-Mas devias, devem ter nascido pela mesma altura... Bem, Rute o que eu queria dizer-te é que a tua foto do perfil parece a foto da primeira comunhão (gosto de exagerar nestes casos para dar mais ênfase à “coisa”).
-E é ...
-Hum... Como?
-Sim, foi tirada no dia da primeira comunhão do meu filho.
-Ah bom...e quantos anos tem o miúdo?
-Acabadinho de fazer 30
-Oh Rute, vai-te lixar...tens um filho com 30 anos e dizes no perfil do hi5 que tens 40 !!!!!!
-Oh pá, eu estou no hi5 desde o início, e nunca me lembrei de actualizar a idade.
-Rute, o hi5 existe há uns 4 ou 5 anos, e a idade é automaticamente actualizada.
-Como assim?
-No dia do teu aniversário o computador actualiza a tua idade, somando mais um ano
-Ah, então deve ser o meu computador que está avariado. Olha vou desligar para levá-lo a arranjar.
-Isso Rute, mas quando deixares o computador a arranjar, deixa também a tua cabeça, só para eles afinarem um pouquinho...


Depois, há aqueles que preferem que lhes mintam desde que isso os afaste da dura realidade. Dou como exemplo uma das mais sensacionais súplicas de amor... Quem viu o filme "Johnny Guitar" lembrar-se-á:

Johnny: How many men have you forgotten?
Vienna: As many women as you've remembered.
Johnny: Don't go away.
Vienna: I haven't moved.
Johnny: Tell me something nice.
Vienna: Sure. What do you want to hear?
Johnny: Lie to me. Tell me all these years you've waited ...
Vienna: All these years I've waited.
Johnny: Tell me you'd have died if I hadn't come back.
Vienna: I would have died if you hadn't come back.
Johnny: Tell me you still love me like I love you.
Vienna: I still love you like you love me.
Johnny: Thanks. Thanks a lot.


...e há os que têm um ego que necessita de massagens...


...e eu digo-vos: Lie to me.
e vcs dizem-me: We like to read you.
...e eu digo-vos: Thanks. Thanks a lot.

sábado, 6 de setembro de 2008

FINITO...



THE END...

FIM...

FINAL

FIN...

FINE...

末端

Tudo o que sobe ...desce

Tudo o que entra ...sai

Tudo o que começa...acaba

Cada vez tenho menos inspiração, menos tempo e menos leitores. Não faz sentido continuar.

Agradeço a todos os que me leram e comentaram os posts. Fiz amigos e, só por isso, valeu a pena ter criado o Nunices...

Continuarei a visitar as vossas "casas" e a deixar os meus comentários.

Como disse a "blueminerva", pode ser que algum dia renasça da cinzas...qual Fenix, completamente anónimo.

Beijos e Abraços
Nuno

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Roleta Russa

Ele há coisas que só lembram a um “tinhoso”. Lembrei-me desta história porque vi um filme em que havia uma cena com “roleta russa”. Eu também já “pratiquei” uma "espécie” de “roleta russa” ....sem pistolas nem balas. Com “Pilas”. É verdade, e não se trata do sexo oral sendo uma das mulheres canibal. Estávamos com uma congestão de liberdade, já que o 25 de Abril tinha sido apenas há uns meses e eu estava no antigo 6º ano do Liceu na “época” 1974/75. Era nesta época que se faziam RGA’s para saber se convocávamos RGA’s. O que importava era sentirmos que tínhamos liberdade e julgar que podíamos fazer com ela o que nos desse na real gana. Por isso fazíamos as tais roletas russas nos intervalos das aulas...e das RGA’s. Lembro-me que havia uma espécie de jardim no lado esquerdo de quem entrava no Liceu, e aí nos reuníamos, só os rapazes da turma, obviamente, para esta espécie de roleta russa. Em que consistia? Há um jogo popular que se chama “as moedinhas”, ou “milhada”, se for na Madeira, em que cada participante tem 3 moedas para jogar, todos escondem um Nº de moedas no punho visível (de 0 a 3) , e tenta adivinhar a soma exacta de moedas de todos os participantes dessa jogada. Quem adivinha, ganha e sai do jogo. Nós éramos uns 10 ou 12, tirávamos todos a pila para fora e começava a nossa “roleta russa”, que é como quem diz, começávamos o jogos da “moedinha” e quem ganhava, metia a pila para dentro, e saía do jogo...aliviado por ter menos probabilidades de ser apanhado em flagrante delito por um professor, contínuo, ou mesmo por uma rapariga mais pudica que lançasse o pânico nas hostes. Desgraçados dos últimos dois que ficavam em jogo... Naqueles momentos pensava: ainda bem que houve o 25 de Abril, isto sim é liberdade, estar de pila à mostra no pátio do Liceu. Ele há coisas que só lembram ao Diabo... ou a mim.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Isabel

Foi com mágoa, tristeza, e nostalgia que recebi a notícia que a Isabel tinha morrido. A Isabel era “criada” na casa de minha tia e foi a primeira experiencia sexual da minha vida. Eu estaria perto de completar 13 anos e a Isabel teria uns 33 ou 34 anos. A Isabel trabalhava toda a semana e ia à missa das 8h00 aos domingos, e folgava nos domingos de tarde até ás 19h00, tempo que aproveitava para namorar com um homem que trabalhava num talho no Mercado dos Lavradores. A Isabel tinha 70 anos quando morreu.
Tudo começou com um baralho de cartas pornográfico que um amigo me emprestou e que eu mostrei à Isabel. Acho que ficámos ambos com tesão (eu ficava sempre que via as cartas ) e, palavra puxa palavra, provocação responde a provocação, eu “espicacei” a Isabel dizendo que ela não era capaz de fazer o que as cartas demonstravam, e ela não quis perder aquela disputa e disse-me:
- Isso é o que se vai ver.
Que teria eu que fazer para confirmar aquela afirmação? Simples. Quando toda a gente estivesse a dormir eu “só” teria que aparecer no quarto da Isabel. Ela era a única pessoa que dormia no rés-do-chão, e eu, naquela primeira noite, fui para a cama com meias, para que, quando tivesse que descer a escada, não fizesse o mínimo ruído. Assim foi, nem preguei olho, quando eram umas 4h00 da manhã, lá desci as escadas e fui direito ao quarto da Isabel que me aguardava, ainda que fingisse que dormia. Lembro-me que não tomei iniciativa nenhuma, a Isabel encarregou-se de tudo, despiu-me, despiu-se (excepto as cuequinhas), agarrou onde tinha que agarrar, encaminhou a minha mão para onde tinha que encaminhar, e recordo que a sensação do meu primeiro orgasmo foi de tal ordem que julguei que me estava a dar uma coisa má e que iria morrer. O facto é que ainda hoje continuo com a opinião de que um dia, quando tiver que morrer, que seja com um orgasmo, e quando perguntarem a quem cá ficar, quais foram as minhas últimas palavras, digam a verdade. Ele disse: “Estou a vir-me”.
Eu era o primeiro a sair de casa, estudava no “Caroço” e entrava às 8h00 da manhã, por isso, todos os dias, durante 1 ano e meio, das 4h00 às 7h00, passava a minha vida na cama da Isabel, numa aprendizagem mútua, já que a Isabel, apesar dos 34 anos, tinha ido trabalhar para casa de minha tia muito nova e não creio que as tardes de folga aos domingos lhe dessem uma experiência sexual extraordinária. Assim, lá tentávamos inovar o mais que sabíamos e podíamos, já que a Isabel jamais permitiu que eu a penetrasse na vagina. Dizia que havia um risco muito grande de engravidar, mas eu queria lá saber, quando me subiam os espermatozóides á cabeça e começava a pensar com estes espermatozóides, pouco me importava se engravidava ou não, queria era vir-me. Felizmente a Isabel sempre teve esse bom senso, e nunca permitiu que tal acontecesse, mas nunca evitou que eu tivesse os orgasmos que queria, só que eram onde ela decidia. Se calhar casou virgem.
Como podem compreender, hoje presto uma singela mas sentida homenagem a essa mulher, que para além de ser uma pessoa fantástica... foi uma mulher com importância na minha vida. Foi a primeira mulher que me ouviu dizer: “Estou a vir-me”.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Férias

Chega-se a esta altura do ano e é inevitável que falemos de férias. Eu, enquanto vivi na Madeira, adorava os meus dias passados na piscina do Lido com os amigos e amigas do costume, levando umas sandes de casa que me serviam de almoço, para poupar algum dinheiro e poder voltar no dia seguinte. Como meu pai, que entrava cedo no trabalho, me levava todos os dias, com excepção dos fins de semana porque havia demasiada gente, eu era das primeiras pessoas a chegar e das últimas a partir, ou seja o Lido era a minha casa de férias. Lembro-me que a única vez que quebrei a rotina das minhas férias, até completar 17 anos, foi uma ida ao Porto Santo na companhia de 3 amigos, para a casa dos pais de 1 deles, e onde “casualmente” encontrámos 4 amigas “sem abrigo” às quais, benevolentemente, acolhemos durante aqueles 15 dias. Uns autênticos samaritanos. Foram, provavelmente os 15 dias mais loucos de toda a minha vida. Tudo isto para comunicar-vos que vou de férias no próximo domingo, e que passados mais de 30 anos, algumas coisas mudaram. Desta vez vou com outros amigos, minha mulher e meu filho, não vou para a Piscina do Lido, vou para Santorini, não comerei sandes, e estou seguro, não terei os 15 dias mais loucos da minha vida, mas posso sempre ter os mais românticos. Não custa nada compartir com os meus amigos o meu “retiro” de Santorini...

Trata-se de um pequeno hotel que só tem 4 suites....e uma será para mim. Aqui, dormirei eu... e a minha amiga Patrícia
... e teremos, só para nós, esta fantástica vista do "nosso" Jacuzzi privado...

Claro que levo um outro amigo, chama-se João, é meu filho e também usufruirá de tudo isto. Será um pouco o chamado amigo "Empata Fodas"...mas compensa noutras coisas. Dormirá aqui:

Já ninguém dispensa alguns comodismos, como TV, DVD, net WiFi...isso será aqui:


Passaram-se mais de 30 anos entre aquelas férias e as que me esperam em Santorini. Pelo meio ficaram dezenas de férias, em diferentes lugares, com diferentes amigos. Conheci meio mundo, fiquei nos melhores hotéis, visitei as melhores praias, comi nos melhores restaurantes, ...então porque raio continuo a ter saudades do Lido e do Porto Santo? Acho que não é por causa das sandes....

domingo, 29 de junho de 2008

Conceição

Uma das criaturas mais estranhas que conheci na minha vida foi a Conceição. A Conceição era empregada doméstica a tempo inteiro lá em casa (antigamente chamava-se “criada” ) e era natural de Câmara de Lobos. Teria vinte e tal anos e eu uns 12, e adorava minha irmã mais nova que tinha 4 anos. Até aqui tudo normal, só que tinha a particularidade de não mastigar “porque lhe metia nojo”, e por isso engolia a comida inteira. Para nós (eu e meus irmãos) era um divertimento vê-la comer quando a refeição incluía batata cosida. Parecia que estávamos no circo, mas confesso que havia vezes que me faltava o ar só de ver o tamanho da batata que ela metia na boca e engolia. O Pescoço da Conceição assemelhava-se àqueles pescoços de aves marinhas que engolem peixes inteiros. Os meus pais nunca acharam grande piada a esta questão, porque temiam que algum dia a Conceição pudesse engasgar-se, e começaram a obrigá-la a mastigar a comida . Era outro momento de diversão para nós.-Vá, mastiga Conceição. Dizia minha mãe.-Não consigo, tenho nojo. Choramingava a ConceiçãoNestes momentos fazíamos plateia para rirmo-nos com as caretas da Conceição a tentar mastigar a comida para perder “o nojo”. Mas conseguiu ao fim de alguns tempos.Um dia minha mãe fez um Pudim Francês, que leva 24 ovos, deixou-o no frigorífico, e fomos todos passear e almoçar fora. A Conceição ficou em casa a fazer as suas tarefas e obviamente tinha o seu almoço. Quando chegámos para o jantar e minha mãe foi buscar o dito pudim para a sobremesa... ele tinha desaparecido, ou seja a Conceição, que já mastigava, tinha despachado de uma só vez ...24 ovos ao almoço. Minha mãe ficou assustada durante 2 dias à espera que o fígado da Conceição rebentasse, mas não rebentou, afinal era de Câmara de Lobos, como ela fazia questão de nos lembrar.A Conceição, alguns anos mais tarde, saiu de nossa casa para casar. Meus pais foram os padrinhos de casamento, e lá foi ela viver para a sua tão amada Câmara de Lobos com o marido. Nunca deixou de nos visitar, principalmente pelo encanto que tinha por minha irmã mais nova, e numa dessas visitas chegou a nossa casa cheia de nódoas negras e escoriações. Questionada por minha mãe sobre a razão de tal aspecto, lá confessou que o marido tomava “um copito a mais” e de vez em quando lhe “chegava a roupa ao pêlo”. A indignação de minha mãe foi enorme, e disse à Conceição (que fazia o que minha mãe lhe dizia.... até a mastigar) “da próxima vez que teu marido chegue a casa bêbado e te queira bater, dá-lhe com o que tiveres na mão”.Não passou nem uma semana, e lá estava a Conceição em nossa casa...chorosa, pedindo ajuda a minha mãe.-Que se passou Conceição? Perguntou minha mãe.-Fiz o que a senhora disse, meu marido veio para bater-me e eu dei-lhe com o que tinha na mão-Fizeste bem, verás que não voltará a incomodar-te-É esse o meu problema senhora, chorava a Conceição-Explica-te mulher, não querias que ele deixasse de bater-te?-Sim, queria, mas não queria que ele morresse-Que aconteceu Conceição, estás a deixar-me nervosa-Quando ele vinha para bater-me o que eu tinha na mão era a panela de pressão, e dei-lhe com a panela na cabeça... está no hospital em coma há 3 dias. (Convém lembrar que as panelas de pressão daquela altura deviam pesar no mínimo uns 10 kg)Obviamente minha mãe ficou em pânico, porque se o homem morresse se sentiria moralmente responsável por aquele “assassinato”. Mas o homem não morreu, e não só não morreu como deixou de beber e de bater na Conceição tornando-se num marido exemplar. A alimentação esteve sempre muito ligada à vida desta Conceição, começou com o nojo de mastigar e acabou por salvar a pressão do casamento com uma panela... de pressão.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Dezembro

Uma das minhas grandes satisfações em criança (penso que de todas as crianças) era quando minha tia “armava” o presépio e a árvore de Natal. Ainda hoje adoro a quadra natalícia. Minha tia tinha um jeito especial para a decoração ( e não só...como sabem ) e eu adorava ajudá-la. Todos os anos tentávamos que o presépio ficasse diferente, apesar de serem sempre as mesmas figuras, e a capacidade criativa de minha tia vinha ao de cima, para além de querer que eu participasse da “construção”. Sentia-me verdadeiramente feliz por ajudar e por saber que o Natal estava perto.


Mas quando chegava aquela altura, havia uma coisa que, pelo menos por um dia, estragava a minha felicidade: a ida ao fotógrafo. Durante Dezembro, minha tia “aperaltava-me” a seu gosto para que fossemos ao Amândio Fotógrafo tirar uns retratos “artísticos”... e vocês já “conhecem” minha tia. Felizmente, o Amândio Fotógrafo era um fantástico fotógrafo e não se nota na foto, mas estou de boina (como a boina era escura, o fundo escuro disfarça um pouco). Pois é, tive que sair de casa com boina, entrar no fotógrafo com boina e ser fotografado...com boina. Como devem calcular, fiquei com um ódio a tudo o que era para colocar na cabeça, de tal forma que só consigo usar os bonés da praia.

sábado, 10 de maio de 2008

Frade

No que diz respeito às humilhações que sofri na minha vida, minha tia esteve quase sempre ligada a elas. É óbvio que nunca o fez por mal, antes pelo contrário, mas a vontade de ser diferente e de que eu fosse diferente, falava mais alto. Já vos contei a humilhação do índio, que afinal mais parecia uma “indiazinha”, e hoje falarei sobre a minha primeira comunhão, ou seja, mais uma humilhação.

Estava eu na 1ª classe, tinha 6 anos e decorria o ano de 1965. Depois de uns seis meses de aulas de catecismo com a Dª Madalena, fiquei preparadíssimo para a minha primeira comunhão. Posso mesmo afirmar que era um dos mais bem preparados para receber Jesus. A nossa classe teria uns 30 alunos e todos iríamos receber o Santíssimo Sacramento. Convém não esquecer que éramos todos rapazes. Naquela altura a indumentária habitual para estes casos era umas calças brancas, uma camisa branca ( de preferência de seda) com um laço de setim numa das mangas. Era o habitual para todos os meus 29 companheiros de aula que, a partir daquele dia, nos “entregaríamos” a Deus. Para mim, minha tia tinha outros planos. Aquela indumentária era demasiado popular, muito “corriqueira”, o Nuno não podia ir como os outros, tinha que ir diferente. “Mas diferente, como?” perguntava eu ingenuamente. “Já sei, vais de Frade” responde minha tia. Até me ri, com aquilo que eu julgava ser a piada do século . Só me faltou chorar, quando percebi que afinal não era piada. E assim fui eu, naquele dia daquela Semana Santa a caminho da Igreja de S. Pedro ...vestido de frade (as sadálias eram, por si só, uma afronta), para fazer a minha primeira comunhão com o padre Rafael. Ainda me lembro da cara que fizeram os outros 29 companheiros quando me viram chegar naquela “figura”. Na sua ignorância, uns perguntavam-me se eu ia mudar para o seminário, outros se era eu que ia dar a 1ª comunhão... eu limitava-me a dizer que não a tudo, a olhar para minha tia e a pensar que o tal Jesus estava a entrar com o pé esquerdo na minha vida. Tive que suportar as bocas de “Eh pá, o Carnaval já passou, agora estamos na Páscoa” e “ficas bem de saia comprida”...enfim, uma humilhação perante os meus 29 companheiros e familiares.

Depois daquele pesadelo, pensava eu que de humilhações já estava livre. Como estava enganado. Não bastava ser humilhado perante aquelas 100 pessoas naquele dia na Igreja de S. Pedro. Não. Minha tia tinha outros planos para mim. Que tal uma humilhação perante umas 50 mil pessoas? Se bem pensou, mais rápido o fez. Vinha aí a procissão do Corpo de Deus, a mais famosa procissão do Funchal. Quem vai sair na Procissão? O Nuno, claro, vestido de frade. Saí da Sé, percorri meio Funchal apinhado de gente e voltei à Sé. Fui “admirado” por mais de 50 mil pessoas. Penso que a minha decisão de ficar a viver em Lisboa tem algo a ver com o facto de pensar que quando passeasse no Funchal, haveria sempre alguém que diria a outrém, baixinho “aquele foi o miudo que saiu há uns anos na procissão do corpo de Deus vestido de Frade... coitado“.

De uma coisa estou seguro, foi aquela humilhação que decidiu que a minha primeira comunhão fosse também a última.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Distinções

Este blogg foi distinguido pela Su do Marakokas com a “Campanha da Amizade”. Agradeço tamanha distinção vindo de quem vem. A Su sabe do que fala quando se trata de amizade. Um beijo tarado, do tamanho do Oceano que nos separa.

Foi também alvo de distinção com “Revolução Colorida” pelo amigo Eduardo – Baby_Boy_Swim, que como eu, vive a experiência da emigração ( se bem que esteja a acabar ) e que pode explicar a razão desta honrosa lembrança: A Solidariedade de emigrante...para emigrante. Não há dúvida que a distinção faz lembrar a nossa querida Ilha da Madeira por alturas da festa da flor. Para o Eduardo, um abraço de agradecimento

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Emigrante

Caros amigos e detestáveis inimigos,

Não tenho vida nem espírito para emigrante, e por isso, regressei a este rectângulo à beira mar plantado para continuar com aquela vida fantástica que se chama trabalho. Ainda estive durante uma semana a trabalhar o bronze, como vos tinha dito, mas aquilo depois começa a arder e torna-se insuportável. Senão vejam:


Depois foram as instalações que nos deram, não me habituei, ficava mareado. Podem comprovar:

Eu, como bom madeirense, gosto é de peixe espada preto e budião , e por aquelas bandas os peixes usam pijamas. Não acreditam? Vejam:

E o mar? Que dizer daquele mar que nada tem a ver com o nosso querido Oceano Atlântico? Um azul esquisito, que não se decide... numas zonas mais claro, logo mais escuro. Aquilo é para nos baralhar, ninguém me tira isso da cabeça, de tal modo que ainda hoje penso naquele raio daquela água. Onde já se viu água a 31º?Eu vi...

Ainda não lhes falei da areia. Tenho medo que me chamem mentiroso. Chamar areia a uma coisa branca que mais parece farinha. Só de loucos:


Outra coisa a que não me habituei, foi à hora do por do sol. O sol põe-se cedo, às 18h00 e um tipo tem que ir tomar umas cervejas ou uns Gins tónicos para fazer passar o tempo até ir jantar, porque depois de um dia de trabalho a "larica" aperta.

E como me pediu a blueminerva dei um abraço no tubarão ( e fiquei com o beijo para mim) mas vim embora antes que servisse de refeição ao dito cujo:


E, principalmente, voltei com as saudades das minhas amigas e amigos. Prometo que tão cedo não volto a emigrar. Só para a semana vou experimentar 3 dias em Amsterdam, mas depois acabou-se. Até final de Maio não emigro mais. Não tenho espírito... já perceberam.



Um Abraço ...de saudades

Inquérito BBS

Fui desafiado pelo amigo BBS a responder a este inquérito, e ainda não compreendi porque o vou fazer.


Família: Indispensável

Homem: Me myself and i

Mulher: A que se ama

Sorriso: De felicidade

Perfume: O que me oferecem

Carro: Confortável e suficientemente veloz (o meu, por exemplo)

Paixão: O meu filho

Amor:
que seja incondicional

Olhos: que não enganam

Sal: Prefiro “picante” para não ficar “insonso”

Chuva: Odeio

Livro:
Amor em Tempos de Cólera

Filmes: Cinema Paraíso

Músicas: As que nos fazem recordar...

Dinheiro: O suficiente para viver ...bem

Silêncio: Fundamental tantas vezes...outras ensurdecedor

Solidão: Necessária em alguns momentos

Flor: Antúrio

Sonhos: Ser capaz de sonhar

Cidade: Paris

País: Portugal

Não viver sem: Amigos

Nunca deixar de ser: Livre

Qualidades: Reconhecer que as tenho...

Defeitos: Pensar que tenho mais qualidades do que as que tenho na realidade

Gostos: Não se discutem

Não passarei: A vida a lamentar-me do que não fiz e podia ter feito

Detesto: Hipocrisia.... e o Purovic

Pessoa: Fernando

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Trabalho duro

Serve a presente para informar os meus amigos, inimigos e leitores que me ausentarei deste espaço até dia 27 de Abril. Não se trata de nenhum problema de saúde, mas de trabalho. Trabalho duro. Com efeito, neste período, vou trabalhar o bronze. Surgiu-me esta oportunidade de um contrato de uma semana nas Maldivas, e como as condições eram irrecusáveis...aceitei. Bem sei que é um trabalho duro, mas alguém tem que o fazer... Vou eu. Por este motivo, não poderei responder a comentários, nem escrever comentários nos bloggs dos meus queridos amigos e amigas, mas sei que vcs todos compreenderão que o sacrifício que vou fazer é por pura necessidade, e que quando, no outro lado do mundo, estiver a fazer o árduo exercício de levar a Piña Colada à boca, com os pés dentro daquela água a 30º, sentirei alguma inveja das belas vidas que ficaram cá no burgo. Se alguém tem que se sacrificar...que seja o mais velho. Eu.

Obrigado pela vossa compreensão e apoio.

Abraços e beijos...

terça-feira, 15 de abril de 2008

A Aliança

A Santa Aliança reuniu-se para comemorar aquilo a que podemos chamar uma “fantástica vitória” ...daquelas em que a união faz a força. O facto é que a telepatia não vinha nos regulamentos como sendo proibida e foi através dela que muitas batalhas foram ganhas. Houve algumas derrotas, mas nós fomos de derrota em derrota ...até à vitória final. Os Heróis: ”blueminerva”, “Su” e o “nunices”. Responsável por sermos heróis: Jorge Shinobi. Local combinado para celebrar: Madeira.

A primeira reunião teve lugar no Café do Museu, onde nos fomos conhecendo à medida que chegávamos. Conhecendo e bebendo umas imperiais... a blueminerva levou a água de casa, mas depois lá entrou no espírito da coisa e pediu o seu primeiro Compal de pêssego da noite. Foi aqui que comecei a conhecer aqueles que hoje considero amigos.

O Jorge era aquele que eu já melhor “conhecia”, ainda que virtualmente, pois já tinha visto a foto. É um rapaz sensacional, de uma elevada educação, culto, responsável, divertido e que para beber só cerveja, vinho tinto e Jameson...Tenho orgulho em dizer que hoje o considero amigo real.

A Su, é a personificação da alegria e da simpatia, tem um rir contagiante. A foto da mão com o anel (a foto que a identifica no seu blogg Marakoka) fez com que eu não me enganasse muito a respeito da sua personalidade...ou foi a telepatia que usámos para o concurso que fez com que não me tivesse surpreendido muito. Esperava uma pessoa muito parecida com a que encontrei. Felizmente acertei. Uma mulher bonita com classe que não admite maus humores perto dela...aliás, penso que perto da Su ninguém consegue estar de mau humor. Simplesmente fantástica.

A blueminerva é exactamente como a foto do blogg, se excluirmos as botas e a mini-saia... porque foi de calças. Foi em quem mais falhei na idealização que fiz de cada um dos participantes. Habituamo-nos a lê-la no blogg e criamos uma imagem que em muitos casos não correspondeu ao que conheci. É verdade que quando chegou ainda lhe saíram umas “caralhadas”, mas foram só duas ou três. É uma miúda muito bonita e elegante que tem a irreverência da idade, mas que é também sensível, alegre, divertida. Um mimo autêntico. É a pessoa que mais Compal bebe na Madeira. Penso que o importador de Compal para a Madeira fica a saber quando a blueminerva sai da sua terra....as vendas baixam.

O jantar foi divertidíssimo, com trocas de prémios, cada um contava algum episódio vivido, fomo-nos conhecendo aos pouco ao som da música e tomando whisky (eu e a Su) Jameson e Compal.

Fomos ao Café do teatro onde “conheci” a magnífica prima da Inês, sob a forma de poster, e conhecemos, como uma das fotos pode documentar, o grande amigo do Jorge, o Sr. Bombeiro. Claro que houve mais whisky, Jameson e Compal.

A noite acabou no local favorito do Jorge: O “Jam”. Eu acho que é pelo nome que o Jorge tanto gosta deste local, afinal tem quase o mesmo “sabor” que o Jameson de que ele tanto gosta. Estava eu e a Su de copo na mão ( o Jorge e a Nádia na zona de fumadores), quando chega uma rapariga, olha para a Su, olha para mim, e ao som da música começa a dar-me socos no peito...e eu deixei. Passou-se 1 minuto em que deixei que a rapariga me agredisse até que ela se foi embora, e então eu comentei com a Su: Tens umas amigas um pouco violentas. Ao que ela me respondeu: Amiga!?...não a conheço de parte nenhuma, julguei que fosse tua amiga. Conclusão: fui “agredido” por uma tipa que já tinha bebido tanto álcool como a Nádia tinha bebido Compal, e não sei quem era.
Ali acabámos a nossa primeira reunião da Aliança, ao som da música dos anos 80, de copo na mão, um pezinho de dança...e aí constatei a verdade do meu “amigo” : o melhor movimento feminino é o bambolear das ancas de uma mulher.

Para verem as fotos vão aqui:
http://shinobi-myasianmovies.blogspot.com/

Obrigado e até sempre Amigos ...Jorge, Nádia e Susana

terça-feira, 1 de abril de 2008

Touro Enraivecido

Quando vivia com os meus tios, e estes ainda não tinham filhos, no momento em que meu tio saía para o trabalho ( ele era comerciante) o único “homem” da casa era eu. Tinha uns 5 anos, e ficava em casa com minha avó, minha tia e as duas empregadas. Não tinha ninguém com que brincar e elas não estavam muito interessadas em brincar comigo. Num desses dias devo ter “azucrinado” tanto a cabeça a uma delas que me deu um novo “brinquedo”: um bocado de pano, linhas, uma agulha, uns 3 ou 4 dedais, não fosse o “menino” picar-se e explicou-me que podia desenhar com as diferentes cores de linhas no pano branco. E assim comecei, aquilo que poderia ter sido uma carreira de sucesso no mundo da alta-costura. Naquele dia meu tio esqueceu-se de qualquer coisa e teve de ir a casa (coisa rara) a meio da manhã. Quando entra no quintal, vê-me sentado, todo entretido e chega-se ao pé de mim e já com cara de poucos amigos me pergunta: Que é que estás a fazer?...eu não sabia se tinha dado algum ataque de parvoíce ao homem, mas olhei para ele, olhei para o que tinha nas mãos e respondi: Não vê que estou a bordar!? O “brinquedo” foi-me imediatamente confiscado e foram convocadas todas as mulheres da casa. Aviso: situações daquelas jamais se voltariam a repetir, fosse com agulhas, fosse com qualquer tarefa menos máscula. Desde aquele dia nunca mais peguei numa agulha.

Minha tia era uma fanática ( e ainda hoje gosta muito) do Carnaval.
Era nossa vizinha a Srª. Francisquinha que tinha como empregado doméstico o Sr. José ...Cabeça de Bidé. É obvio que a parte Cabeça de Bidé era uma alcunha pelo formato que tinha a cabeça do Sr. Eu sempre pensei que antes de existir o Sr. José, não existiam bidés, porque tinha sido através da cabeça dele que tinha saído o molde para ser construído o primeiro bidé da história. O Sr. José tinha outra característica particular, era paneleiro (naquele tempo ainda não existiam o termo gay) e também gostava muito do Carnaval. Disfarçava-se sempre com o mesmo disfarce: Carmen Miranda., por isso, nos meios artísticos também era conhecido como Carmen Miranda. Quando eu tinha 5 anos, nesse Carnaval, minha tia decide mascarar-me. E eu não gostei nada da ideia, mas lá teve que ser....convenceram-me que ia de índio, minha tia lá confeccionou o fato...que era mais um vestido de cabedal, peruca com tranças pretas, cara pintada, colares de bugigangas... e fiquei eu convencido que era um autentico Touro Enraivecido em miniatura. A quem é que minha tia pede ajuda para me levar ao concurso no Ateneu do Funchal? Ao Sr. José Cabeça de Bidé. Lá fomos para o Ateneu, inscreveram-me no concurso... e azar dos azares ganhei o 1º prémio. Aqui começa a meu martírio. Quando anunciam o meu nome, quem me leva ao colo para o palco?...o José Cabeça de Bidé. O que diz o cabrão do apresentador? ...”e o primeiro prémio vai para esta magnifica e linda indiazinha”..... Estive a ponto de desmaiar...já estava no colo de um tipo conhecido por Carmen Miranda, tinha acabado de ser chamado de linda indiazinha.....e temi que o apresentador continuasse..... “que ainda na semana passada bordava candidamente sentada no jardim de sua casa”. Entrei no Ateneu como Touro Enraivecido...e saí como Raio de Luar. Nesse mesmo dia jurei que nunca mais na vida gostaria do Carnaval.

A minha única distracção desse Carnaval foi ver o Sr. José Cabeça de Bidé transformar-se em Carmen Miranda, com minha tia a ajudá-lo a colocar os mais de 30 kilos de fruta que uma cabeça daquelas tinha que levar para ficar compostinha, e ele depois a sair para o baile que se realizava na sede dos Estudantes Pobres bamboleando-se e cantarolando....”O que é que a baiana tem?”

segunda-feira, 31 de março de 2008

A Verdade das crianças...

Ainda me lembro da minha primeira “verdade de criança” que me custou um castigo e, pior que isso, ter que dar o dito pelo não dito. Teria os meus 4 ou 5 anos, vivia com os meus tios e eles tinham uma vida social muita activa. Havia festas lá em casa e íamos a muitas festas em casa de amigos, era no tempo em que não havia Televisão (acho que na Madeira só chegou em 71, ou 72 ). Nesse grupo de amigos dos meus tios, havia uma senhora com que eu embirrava solenemente, e numa dessas festas, quando a dita senhora chegou, eu recusei-me a beijá-la. “Porque é que não dás um beijo à Dona Fulana”, perguntava minha tia já com cara de “generala”...e eu nada. Começou minha tia a insistir, meu tio meteu-se ao barulho...toda a gente se calou para apreciar melhor a birra do puto (eu) ..e foi quando todos se calaram que falei eu. “Não lhe beijo porque ela é feia”. O que eu fui dizer!!!!. Já não me lembro bem se era feia ou não, eu embirrava com ela porque ela vinha sempre cheia de uma maquilhagem excessiva, principalmente a cara tinha demasiado creme, e cada vez que a beijava parecia que tinha acabado de beijar uma lata de banha de porco, ficava lambuzado, aquilo enojava-me, e ela quando retribuía ficava eu com um desenho perfeito de uns lábios numa das minhas bochechas. Como não sabia explicar tudo isso...saiu-me o tal “Porque ela é feia”. Tentei simplificar e lixei-me. Entrou logo a disciplina militar em acção. Pede já desculpa à Dona Fulana, e eu a muito contra gosto, lá pedi desculpa àquela lata de banha ambulante. Depois ...bem, depois tinha que vir a humilhação: “Diz à Dona Fulana que ela é bonita”...e custou-me muito, mesmo com 4 anos, ter que dar o dito pelo não dito...ou seja, ter que mentir. Mas menti, e disse à Dona Fulana que ela era bonita.

Este episódio fez-me lembrar mais uma história do tal “amigo” italiano ( eu chamo sempre “amigo” a quem cito). Perante o Dr. Juiz uma Senhora apresenta queixa de um homem pelo facto de ele lhe ter chamado “camela”. O Dr. Juiz, dá um sermão ao homem dizendo que ele efectivamente não pode, pela lei, chamar camela à senhora, que é proibido e que tem que o multar. Então, o homem pergunta ao Dr. Juiz se chamar Senhora a uma camela é proibido por lei. O Dr. Juiz diz-lhe que não. Nesse momento, o homem volta-se para a queixosa, e inclinando-se ligeiramente chama-lhe “Senhora”.

Como eu gostaria de ter conhecimento desta história há 44 anos atrás.... Ter-me-ia voltado para a Dona Fulana e ter-lhe-ia chamado: Bonita

sábado, 22 de março de 2008

Amigos e Dicas

Primeiro vou-vos contar uma história, que o tal meu amigo que era jornalista e escritor escreveu, e que tem a ver com a importância de certos amigos. Provavelmente já toda a gente a conhece, mas mesmo assim contarei.
Numa pequena rua de Roma, onde existiam apenas restaurantes, o primeiro restaurante dessa rua, e para publicitar a sua casa, colocou um cartaz onde dizia “ O melhor Restaurante de Roma”. Claro que o segundo restaurante não fez a coisa por menos e colocou um cartaz dizendo “O melhor Restaurante de Itália”. O terceiro, já com a mania das grandezas, e porque não queria ser ultrapassado colocou no seu cartaz “O melhor Restaurante da Europa”. Obviamente que o quarto restaurante se mandou para fora de pé, e megalomanamente colocou num cartaz “O melhor Restaurante do Mundo”. Tudo estaria bem se não houvesse um quinto restaurante que ficava no fim da rua, e que por via de toda esta publicidade, começou a perder clientela. Mas o dono tinha um amigo, que trabalhava numa coisa que se chamava Marketing e Publicidade, e decidiu pedir-lhe ajuda. Chamou-o explicou-lhe o problema, disse-lhe que tinha pensado colocar um cartaz que diria que o seu restaurante era o melhor restaurante do Universo, mas que achava a ideia um pouco idiota e que por isso estava desesperado, provavelmente teria que fechar o estabelecimento porque não sabia o que fazer. O amigo publicitário acalmou-o e disse que o problema era de fácil solução. Bastaria colocar um cartaz com o seguinte “ Este é o melhor Restaurante desta Rua”.

Por volta dos meus 17 anos, tinha um amigo cujo pai era fotógrafo, desses que também fazem casamentos e baptizados e que nos dava as tais “dicas” importantes. Dizia-nos (eramos 3 ) esse nosso amigo: amanhã há um casamento com 170 pessoas (tinha que ter mais que 120) na igreja de S.Pedro e o copo de água no Jardim do Sol (já não me lembro dos nomes dos restaurantes e dos hoteis). Nós os três vestíamos os nossos únicos fatos colocavamos gravata e lá íamos para a igreja. Tínhamos que ir à igreja para ouvirmos os nomes dos noivos quando o padre dizia, e eles repetiam os votos de amor eterno: Eu, João Paulo aceito..... e eu Ana Cristina blá blá. O trabalho da igreja estava feito. Depois íamos no carro do pai do Ivo (que já tinha carta) seguindo o cortejo, buzinando, até ao local do comes e bebes que era o nosso objectivo principal....comer e beber à borla. Misturávamo-nos com o pessoal, a uns diziamos que eramos amigos do noivo ( ou seja do João Paulo) a outros que eramos primos da Ana Cristina ( a noiva não podia ter amigos)...e no final até dançámos com as verdadeiras amigas do noivo e primas da noiva. Foi um casamento espectacular. Ouve segunda dica, e lá fizemos tudo como sempre...igreja, cortejo e chegámos ao sítio do comes e bebes. Já estávamos alegres quando fomos confrontados com o noiva e a noiva em simultâneo...e claro fomos desmascarados como penetras. O noivo, como não queria problemas no dia mais feliz da sua vida, foi buscar uma garrafa de whisky “Vat 69” e disse-nos para irmos celebrar para outro sítio. Ainda lhe dissemos: um bom Vat 69 pra vcs também...logo à noite, e viemos embora. Não comemos nem dançámos...mas apanhámos uma grande bezana. A terceira e última vez...tudo igual, dica, igreja cortejo...só que foram tirar fotos para o Jardim do Museu das Cruzes e aquilo nunca mais acabava. Nós queríamos era beber e comer. Lembro-me que a festa era num hotel, já não sei qual. Entrámos havia uns empregados a servir umas bebidas foleiras, tipo espumante e sumo de laranja...e quando demos por nós estão a chamar para o jantar. Ao entrarmos para a sala, um senhor de laço pergunta-nos o nome para nos indicar a mesa. Era jantar com lugares marcados. A mesa? Perguntámos nós. Então o João Paulo (?) não lhe disse que nós não vínhamos jantar, só cá viemos dar-lhe um abraço e desejar-lhe felicidades, é que ainda temos outro casamento, temos que ir. E fomos, para a Concha comer um picadinho e beber uma imperial.

Outro amigo e outra dica era-nos dada por um rapaz que trabalhava na recepção de um hotel: hoje chega um grupo 6 suecas. Eu com 17 anos e o Toni com 24 lá nos vestíamos à pipi e íamos para a recepção do dito hotel esperar pelas suecas para servir-lhes de “guias e intérpretes”. Confesso que só fui uma vez. O Toni como era veterano, e nisto a antiguidade é um posto...escolhia primeiro. Escolheu e calhou-me a amiga que era sempre menos bonita. A dele era efectivamente sueca, a minha era checoslovaca que vivia na Suécia. Fomos jantar, discoteca...e claro, fomos para o hotel. Era a minha primeira internacionalização. Resumindo....fui completamente trucidado por aquele vulcão de 25 anos vindo do frio. Em linguagem futebolística podia dizer que já perdia por 5 – 0 ao intervalo. Rapidamente verifiquei que aquela checoslovaca tinha muito mais de vaca que de checa.
Estes são alguns exemplos da verdadeira utilidade dos amigos: dar dicas. Há quem diga que os amigos verdadeiros são aqueles que nas subscrições assinam em primeiro lugar para oferecer uma coroa de flores. Eu prefiro os outros os que me dão dicas em vez de coroas de flores

terça-feira, 11 de março de 2008

Paixão eterna

Teria uns 7 anos quando fiz a minha primeira promessa de paixão eterna. Ela chamava-se Helena, e foi num quarto da Pensão Fernandes no Porto Moniz. Eu vivia com meus tios, ela com os pais, e fomos ali passar um fim-de-semana para que os nossos encarregados de educação pudessem pescar e as senhoras pudessem fazer tricô. Tivemos direito a um quarto só para nós, com duas camas, mas só para nós e parecíamos um casal de verdade. Queria que adormecêssemos de mão dada, mas ela necessitava saber se eu estava com boas intenções, e eu claro, prometi-lhe casamento, filhos (penso que chegámos a discutir o futuro dos nossos netos) e obviamente prometi-lhe paixão eterna. Num quarto da Pensão Fernandes, a paixão eterna durou uma noite, mas dormimos de mão dada. Uns 3 ou 4 anos mais tarde voltei a fazer a mesma promessa. Ela era minha vizinha, chamava-se Maria João e eu queria o meu primeiro beijo, à séria...à filme, à foto novela da Corin Tellado, ou seja ...na boca. Havia um anexo na minha casa onde uma das empregadas tratava da roupa, levei a Mª. João para lá e, obviamente, prometi-lhe paixão eterna. Naquele anexo, a paixão eterna durou 30 segundos mas tive o meu primeiro beijo. Era muito difícil termos namoradas. Eu estudava no Externato Nun’ Alvares (mais conhecido pelo Caroço) que era só para rapazes, e a 100 metros ficava o Colégio Apresentação de Maria só para raparigas. Bem que as víamos passar com os pais...mas pouco mais podíamos fazer.
Dá-se o 25 de Abril, e foi a revolução, não a dos cravos, a dos corações. Em 1974 vou para o antigo 6ª ano do Liceu e... eram aulas mistas. Era à “fartazana”. Nunca mais prometi paixões eternas, mas aprendi que é necessário prometer qualquer coisa a uma rapariga/mulher: seja amor, felicidade, fidelidade, divertimento, prazer.... só mais tarde descobri que carros e jóias também servem. Enfim caprichos. Em 77 venho para Lisboa para a faculdade e lembro-me de ter chegado atrasado à minha primeira aula. Bati à porta e entrei...entrei no paraíso. Era uma turma com 28 raparigas e 2 rapazes...eu era um deles. Acho que só de ver ...tive um a congestão. Foram tempos loucos. E lá fui eu de promessa em promessa até que houve uma, a quem lhe prometi o que prometia a todas as outras, mas que passado uns tempos me pediu que essas promessas passassem para um papel e fossem assinadas numa qualquer conservatória do Registo Civil de Almada. E eu assinei. Foi há mais de 26 anos, e continuo a respeitar essas promessas.
Tudo isto me faz lembrar o tal meu amigo que dizia “ A grande diferença entre um capricho e uma paixão eterna, é que o capricho dura mais tempo” ...no meu caso dura há 26 anos, mas já há o outro amigo que já me vai avisando: cuidado, dura enquanto dura dura...

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Mentira

Tinha eu uns 6 anos quando disputei a minha primeira batalha da argumentação. Convém lembrar que estávamos em 1965, e que os temas destas batalhas mudavam com a idade. Começavam com o tema “o meu pai é melhor que o teu” (tema desta minha primeira batalha), passávamos para “a minha é maior que a tua” e depois finalizávamos, pelos 12, 13 anos com “a minha namorada é mais linda”. Nos nossos dias só há um tema: o meu computador é melhor que o teu. Só muito mais tarde surgiam os temas importantes, como “o meu carro anda mais que o teu”. Esta minha primeira batalha teve como adversário o Francisco, e a verdade é que não me lembro muito bem como começou nem como decorreu, mas nunca mais consegui esquecer como acabou. Lembro-me, como se fosse hoje, da frase com que arrasei o pobre do Francisco: “e o meu pai tem uma pistola que até deita casas abaixo”. Deixei-o sem argumentação, não precisei da opinião dos nossos colegas que assistiam a esta batalha. Não ganhei aos pontos, ganhei por KO argumentativo. Foi o que pensei. Como estava enganado. Mal sabia eu, que por via desta frase, iria sofrer a única humilhação pública de toda a minha vida. Passados 2 dias deste suposto massacre argumentativo, meu pai chegou a casa, chamou-me, e disse-me: “com que então eu tenho uma pistola que até deita casa abaixo!?”, e contou-me como tinha sabido. Nunca imaginei que o meu pai conhecesse o pai do Francisco, e quando soube disto vi que afinal seria, não só derrotado, mas humilhado. Já nem ouvi a lição de moral que meu pai me deu sobre a mentira. A grande lição estava para vir no dia seguinte, já estava certo disso. Mal cheguei à escola vi o Francisco, e reparei no ar triunfante que exibia. Ele, mal me viu, chamou o resto da rapaziada e começou: “o meu pai falou com o pai do Nuno e afinal ele não tem uma pistola que deita casas abaixo, foi tudo mentira”. Foi a humilhação completa. Ainda pensei mudar para o argumento “ a minha é maior que a tua” mas não estava seguro que pudesse ganhar, ou para o argumento “ a minha namorada é mais linda”, mas estava “solteiro” naquele momento e não me atrevi a mentir mais. A partir daquele dia o meu relacionamento com a mentira mudou completamente, passei a ter medo da mentira, a ter medo de ser desmascarado. Em simultâneo, aquela mordidela que me deu a mentira parece que, a exemplo do Homem Aranha, me deu o “Super Poder” de detectar mentirosos. Quando oiço um tipo que tem um Renault Clio cuja velocidade máxima é 160 kms/ h a gabar-se “ este, na minha mão, já deu 190 kms/h” dou comigo a pensar “sim, sim..e teu pai tem uma pistola que até deita casas abaixo” . Quando oiço um tipo, que ao fim de 3 cervejas e 2 whiskies fica bêbado, gabar-se no dia seguinte “ ontem foi uma de caixão à cova, foram 2 grades de cerveja e uma garrafa de whisky”, lá dou comigo a pensar “pois, e o teu pai tem uma pistola que até deita casa abaixo”. É esta nossa mania de arredondar para cima. Nunca ouvi o tipo do Renault Clio dizer “ este gajos da Renault dizem que o carro dá 160 Kms/h mas na minha mão nunca consegui que chegasse aos 150”, ou “ ontem ao final de duas cervejas e um whisky fiquei bezano “. Não. A nós não nos basta ter a pistola, é necessário que ela deite casa abaixo.

Sou um amante do paradoxo. Um dos mais belos que conheço tem a ver com o deliberado erro de proporções.... Marco Aurélio num final de tarde, relaxando nos jardins do seu palácio e ouvindo o canto de um pássaro disse “Quisera ser um rouxinol, mas Deus fez-me um simples Imperador”. Eram outros tempos, não havia Renaults, nem pistolas....

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sporting

Este meu Sporting é um paradoxo do catorze, tem um jogador que não queria ser futebolista, queria ser judoca, já era cinturão negro aos 17 ou 18 anos, sonhava representar o seu país nos jogos olímpicos, como judoca, mas o pai obrigou-o a ser futebolista. Segundo ele, até chorou nesse dia. Já afirmou em entrevista que não gosta de futebol, não vê nenhum jogo na televisão. É um dos melhores jogadores do Sporting e chama-se Vuksevic. Temos um outro jogador que teima em ser futebolista, mas que afinal deveria ser basquetebolista (tem 1.93m de altura) que não sabe dar um pontapé na bola, que marca golo quando a bola, por mero acaso, lhe bate na carola. Devia ficar parado na grande área, tipo poste de electricidade, à espera que alguma bola lhe bata e entre na baliza adversária. Quando se mexe só atrapalha. Chama-se Purovic e custou 2 milhões de €. Já estou como o Scolari: e o burro sou eu!!??

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Luciana

Confesso que sou um consumidor das revistas FHM e Maxmen. Sou-o em 2ª mão, porque meu filho é quem as lê primeiro,mas sou, e como tenho um filho com 20 anos, posso inclusivamente usá-lo como desculpa no caso de ser apanhado por minha mãe ou minha sogra a cometer o “pecado” de estar a ver uma “revista com mulheres nuas”. Não esqueçam, que eu sou da geração que viveu toda a sua juventude com o trauma (que me marcou para o resto da vida) de viver num país que não tinha “categoria” para ter a sua própria edição da Playboy. Ou seja, esse tal Hugh Hefner achava que Portugal não tinha mulheres com beleza suficiente para preencher a capa das revistas durante mais que 3 ou 4 edições. Na década de setenta a ideia que esses tipos tinham da mulher portuguesa é que ela tinha bigode. Pois agora Sr. Hefner, não temos, nem queremos, ter a Playboy portuguesa, mas temos duas, repito duas revistas que todos os meses nos apresentam belos exemplares femininos, nados e criados aqui no burgo (claro que não dizemos ao Hugh que são quase sempre as mesmas, a Merche já apareceu 47 vezes, a Diana chaves outras 30, com irmã e sem irmã...a próxima será com uma prima, a Liliana Santos, a Matadinho..e mais umas quantas).
Acontece, caros amigos, que em Fevereiro se dá a transferência do ano no mundo editorial: a Luciana Abreu transferiu-se da TV 7 dias para a FHM...e logo para a capa. Uma lufada de ar fresco. Para quem não sabe, a Luciana Abreu é quase a mesma pessoa que fazia de Floribela (aquela personagem atrasada mental, que vestia de um modo atrasado mental numa novela de atrasados mentais). Digo “quase a mesma pessoa” porque a nova Luciana tem mais 2 kilos.... de silicone. Abençoados kilos. Nessa edição da FHM, aparece-nos uma Luciana sensual, madura, bonita, boa como o milho.
Li, passados 3 dias, que a SIC a tinha despedido pelo facto de ela ter aparecido “naquela figura” na FHM. Não sei quem a despediu, mas posso calcular. Foi a mulher do Director de Programas da SIC... por pura ciumeira. Podem vir agora com a argumentação que a Luciana com este novo “look” já não é querida pelos miúdos. Eu gostaria de fazer o seguinte teste: agarrava num puto de 10 ou 11 anos e mostrava-lhe duas fotos, uma com a Floribela e outra com a Luciana Abreu na capa da FHM, e gostava de saber qual delas ele gostava mais. Se dissesse que era da Floribela, e fosse meu filho, levava logo um par de galhetas e estava no dia seguinte no consultório de um psicólogo qualquer. De pequenino é que se torce o pepino...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Amor

Numa das muitas viagens que fiz à Madeira, uma noite, ainda antes do jantar, e na companhia de J&B, eu e o “amigão” Joaquim da Luz, (que para além de pintor, também é filósofo quando quer) falávamos sobre o amor.... que Platão devia estar a dar voltas na campa, já que o “seu” amor , o “amor platónico”, estava a ser substituído pelo “amor virtual”, que no fundo ambos se distanciam da realidade e se misturam com a fantasia,..blá blá....etc. etc.

Fomos jantar à Marina do Funchal a uma pizzaria de uma amigo e calhou, puro destino, que quem servia a nossa mesa era uma rapariga muito bonita. Ela ia e vinha, e eu não deixava de olhar para a mulher e, de cada vez que ela passava, eu fazia um comentário sobre ela (abonatório, obviamente) ao meu amigo Quim. Ele foi ouvindo, pensando que quem falava já era mais o nosso amigo comum J&B mas, chegou um momento em que ele, depois de mais um piropo meu em relação à rapariga, me disse: “Parece que o marido também está muito satisfeito com ela”. Isto é, o Joaquim, educadamente, deu-me uma informação: a de que ela era casada... e que, pelos vistos, o marido estava satisfeito com ela. O que ele não adivinhou foi que eu não queria aquele tipo de informação, queria exactamente a informação contrária. Queria saber se “ela estava muito satisfeita com o marido”, porque como dizia um outro “amigo”: “A necessidade de amor neste mundo é tanta que algumas mulheres amam até os próprios maridos”. Eu só queria saber se ela era uma dessas mulheres....

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Frank Muller

Quem não se lembra daquela velha anedota em que o puto entra no talho e diz “ Sr. Manuel quero 100 escudos de carne para o cão.... mas da boa, porque da última vez o meu pai sentiu-se mal” ?
Isto serve para caricaturar o país que vivemos, ou seja, não só vivemos acima das nossas possibilidades, mas em alguns casos, gostamos de demonstrar que vivemos. O “desgraçado” que “só” vive acima das suas possibilidades porque quis uma casa com mais uma assoalhada, que tem um plasma e um home-cinema de último grito, uns electrodomésticos tipo hotel 5 * etc., etc. e que, por isso, 90% do seu rendimento é para pagar as várias prestações das dívidas, não demonstra no seu dia a dia que vive acima das suas possibilidades. Pode gabar-se no emprego, mas à primeira vista não demonstra. Depois há os outros, aqueles que, para além de tudo o que foi dito antes, têm que demonstrar para o “exterior”... são os que compram (com os restantes 10% do rendimento) pólos com crocodilos com medo da água, que à primeira lavagem o pólo sai da máquina sem o “bicho”...têm o carro “turbo” (ou “turbulento”) , os óculos Prada da Feira de Carcavelos, o Rolex (ou Lolex) de ouro (ou dourado)....etc etc. Confesso que embirro mais com estes que com os primeiros.

Acho que tudo é uma questão de prioridades na vida. Eu se tiver dinheiro e me apetecer comprar a Lacoste, compro, mas compro a verdadeira com crocodilos que gostam da água...como deve ser (mas se tiver que escolher entre o polo e livros e DVD's, não compro o polo). Prefiro gastar dinheiro a viajar que a comprar Rolexs em ouro ( para além de que fica mais barato) etc. etc.
Há uns dias, um grande amigo esteve na China . Quando chegou ofereceu-me algo fantástico: um relógio Frank Muller. Eu que não percebo nada de relógios, vim a saber que o Frank Muller mais barato custa mais de 10.000 € (valor que eu jamais, em tempo algum, gastaria num relógio). Aquele que o meu amigo me ofereceu, e segundo as suas próprias palavras, é tão perfeito que até parece verdadeiro.

Agora, estou no dilema, ou me “transformo” num daqueles “profissionais” da Feira de Carcavelos que acabo de criticar e uso o relógio, ou faço infeliz o meu amigo e não o uso. Para já resolvi o problema: só uso o Frank Muller quando sei que vou estar com o meu amigo...

"Flagra"

A maioria dos meus amigos, sejam eles reais ou virtuais, sabe que sou um cinéfilo, principalmente de cinema asiático, mas não só. .. aproveito para “publicitar” 2 Bloggs (como se alguém lesse o meu!!!) sobre este tema:
www.shinobi-myasianmovies.blogspot.com/ (do meu amigo virtual Jorge Soares ) e o http://cineasia.blogspot.com/ (principalmente os Posts da Helena F.), o que a maioria não sabe é que sou um cinéfilo de “trazer por casa”, ou seja, não vou ao cinema, vejo os filmes em casa nessa maravilhosa invenção que é o DVD. E porque é que não vou ao cinema, sendo cinéfilo? Porque não gosto de horários. Não gosto de condicionar toda a minha vida por horários, e então tive que seleccionar aquelas “actividades” em que me é impossível modificar as horas a que tenho que estar presente. São principalmente duas: os encontros combinados (não faço ninguém esperar por mim...mas dificilmente espero por alguém mais que 15 minutos) e o futebol. Pois é, o futebol que, tal como o cinema, tem horários rígidos, e eu também gosto muito de futebol . No futebol não se coloca o problema da ida ou não ao estádio, “podias ver em casa, na TV” dizem vcs, pois podia...mas seria sempre às 19:45h...então prefiro ir ao estádio. No cinema é diferente. No cinema o filme começa às 21:30...,mas em minha casa começa às horas que eu quero no dia que eu quiser, com quantos intervalos me apetecer. Guardarei as minhas saídas culturais (com hora marcada) para as minhas idas ao teatro...
Tudo isto vem a propósito de um comentário que eu fiz, a um Post da Helena, no Cine Ásia, sobre o novo filme do Ang Lee “Lust, Caution (Se jie)” que estreou esta semana em Portugal, mas que eu dizia que era o filme que mais aguardava que saísse no Clube de Vídeo mais perto de minha casa. A Helena, como boa cinéfila, aconselhou-me a vê-lo no cinema porque ela é uma “defensora das salas escuras e do grande ecran”. Eu podia ter-lhe argumentado que tinha em casa um desses “Home Cinema” XPTO, com um LCD de não sei quantas polegadas e muitas letras Hdi...mas esta mente perversa, quando leu “salas escuras e do grande ecran”, recuou 30 anos no tempo e lembrou-se, não do que via...mas do que fazia....”No escurinho do cinema....” . Ai Rita Lee, Rita Lee.... e o teu “Flagra”. De repente deu-me uma nostalgia....

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Banif

Vi o novo anúncio do Banif na televisão. É um rapaz,que numa paisagem um pouco desértica, vem montado num cavalo e que, "acreditando na ambição", se transforma em Centauro ...e lá vai ele todo contente e feliz porque "teve força de acreditar"(este é um resumo ...muito resumido).

Sou um grande admirador de um senhor que já morreu há mais de 20 anos (em 1975)e que se chamava Pitigrilli. Este senhor era um jornalista e romancista italiano que ainda viveu no século XIX(nasceu em 1893) mas que era muito adiantado para o seu tempo, no meu ponto de vista, obviamente. Li tudo o que dele foi publicado em Portugal e devo dizer que sempre gostei mais dele como cronista que como romancista. Na primeira metade do século XX, Pitigrilli, numa das suas crónicas escreveu sobre esse “novo” fenómeno de então, que era a publicidade e defeniu-a assim: “Publicidade é dizer a verdade tornando-a bela”. Sempre adorei esta frase. Tentava, na publicidade que via, lia ou ouvia, ver o quanto de verdade tinha a definição de Pitigrilli. E havia muitos casos que se aplicava. Quem não se lembra de frases como “ A sede que se deseja” para publicitar uma cerveja, ou “Tão natural como a sua sede” para uma água mineral...? Com o passar do tempo achei que cada vez mais a verdade, a que se referia Pitigrilli, foi deixando de existir na publicidade, mas em alguns casos se mantinha alguma beleza.

Tudo isto para dizer que o tal anúncio do Banif me deixou baralhado. Houve uma inversão, no meu ponto de vista. Deixou de haver a beleza (porque o anúncio nem é belo)...mas será que voltou verdade ? “Se é cliente do Banif, acredite, é uma Besta”...estou a exagerar, “ Abra conta no Banif e ambicione em transformar-se em Meia Besta”..afinal o Centauro é meio homem meio besta. Eu, por via das dúvidas, ainda não vou abrir conta no Banif.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Pénis

Tenho vários endereços electrónicos, ou seja, várias caixas de mails. Há uns tempos começaram a chegar-me diariamente, e a todas elas, uma “publicidade” a uns medicamentos fantásticos que, segundo essa empresa, fariam crescer o tamanho do meu pénis. Fiquei de tal modo intrigado que fui perguntar a minha mulher se ela tinha feito algum comentário depreciativo ao “meu amigo”...depois de 25 anos de casado. Disse-me que não, achou mesmo que eu estava na brincadeira. O facto é que a publicidade não parava, o que me obrigou a tomar medidas drásticas: vou medir o “dito cujo”. Dito e feito. Depois de saber a medida, procurei na net alguma tabela que me indicasse se haveria razão para me preocupar. Encontrei uma tabela que me revelou que estava bem dentro da média, eu e uns 70% da população masculina mundial. Fiquei mais descansado e decidi escrever aos Srs. que me queriam converter na versão doméstica do John Holmes...”que não sabia como escolhiam os potenciais clientes...blá blá , que estava muito satisfeito com o tamanho do “meu amigo”...blá blá, e que por favor deixassem de me enviar mais publicidade desse tipo...etc. etc.” E deixaram mesmo. Bem....na verdade, não deixaram na totalidade. Agora recebo todos os dias, e pelas mesmas vias, publicidade ao Viagra. Ou seja, já estão descansados com o tamanho do meu pénis, mas, como não querem que me falte nada, não vá o diabo tecê-las, querem ter a certeza que “ele” funciona às mil maravilhas, afinal 48 anos sempre são 48 anos (apesar de ninguém me dar mais que 47). Vou ter que fazer mais umas perguntinhas a minha mulher antes de escrever-lhes novamente. Olho para “ meu amigo” e penso: “ nascemos juntos, crescemos juntos, vivemos juntos... não vais morrer primeiro que eu?”...por via das dúvidas vou esperar mais uns tempos para escrever-lhes ....

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Ego

Primeiro conto uma anedota, porque penso que mais facilmente entenderão o final da estória de que vos quero falar. Obviamente , todos os nomes e factos desta anedota são inventados.
O Freixo de Espada à Cinta Futebol Clube queria inaugurar o seu campo relvado e a nova bancada para 2000 pessoas. Lembraram-se de convidar o Benfica para abrilhantar a festa com um jogo de futebol amigável e, como o Freixo de Espada à Cinta Futebol Clube é a filial 37 do Benfica, este aceitou. No grande dia, o dia do Jogo, as bancadas estavam repletas de gente, havia um ambiente de festa. As equipas entraram em campo sob um nevoeiro tremendo. Lá escolheram o campo, cada equipa tomou o seu lugar no terreno mas, mesmo antes de começar a partida, o árbitro chamou os 2 capitães de equipa e disse-lhes :” O nevoeiro é tanto que só temos uma visibilidade de 2 metros, proponho que desçamos até às cabines e esperemos algum tempo até que o nevoeiro levante” . Assim fizeram as 2 equipas, enquanto nas bancadas a festa continuava. Confraternizavam os jogadores das 2 equipas (não é todos os dias que o Benfica vai jogar a Freixo de Espada à Cinta) quando alguém dá por falta do Arnaldo. O Arnaldo era o Guarda Redes do Freixo Futebol Clube. Onde está, onde andará...até que alguém perguntou se terão dito ao Arnaldo que o jogo nem iria começar. Tozé, o capitão da equipa, sobe ao relvado e dirige-se à sua baliza. Lá estava o Arnaldo debaixo dos postes em atitude felina. O Tozé diz-lhe: “Ó Arnaldo desculpa lá, estamos nas cabines há 15 minutos, o jogo nem começou por causa do nevoeiro e o pessoal não te avisou”. O Arnaldo só lhe repondeu: “ Eu bem que estava a estranhar o massacre que estávamos a dar ao Benfica... ainda não tinha feito nenhuma defesa”.

No início da década de 80, trabalhava eu na Shell, fui, como todos os dias, apanhar o metro na Estação do Marquês de Pombal. Estava um dia de chuva, feio, mas era um dia como outro qualquer. Estava eu na plataforma à espera do metro e reparei que toda a gente que passava olhava para mim. Sentia-me lindo. Havia naquela altura um anúncio na TV, a um sabonete, com a voz da Ana Zanati, que ela dizia “quando vc se sente bela, os outra acham-na ainda mais bela”..e eu lembrei-me que naquela manhã tinha gostado do que tinha visto ao espelho, por isso, e fazendo fé nas palavras da Zanati, o pessoal estaria todo a achar-me ainda mais belo. Cheguei a temer que o meu ego, de tanto crescer...rebentasse. Estávamos nisto quando chega o metro e eu para entrar na carruagem tive que fechar o chapéu de chuva. Tinha estado 10 minutos na estação do metro de chapéu de chuva aberto. Não admira que toda a gente olhasse para mim, mas não houve 1 pessoa que se chegasse perto e me tivesse avisado de tal anormalidade...provavelmente com medo, um tipo com chapéu de chuva no metro só podia ter fugido do Júlio de Matos.

Ontem, vou a entrar num Centro Comercial, chuvia, e um velhote entra no Centro de chapéu de chuva aberto. Eu dirigo-me ao velhote e alerto-o para a situação, facto que ele me agradeceu muito. Depois começei a pensar ...e acho que não o devia ter feito.

O Arnaldo sentiu-se o Vitor Baía de Freixo de Espada à Cinta, durante 10 minutos.
Eu, senti-me o Richard Gere de Carcavelos, durante 10 minutos.
...e não dei a hipótese ao velhote de se sentir o Robert Redford de Oeiras...nem que fosse durante 5 minutos. Isto não se faz...

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Gadget

O meu filho veio mostrar-me um destes novos “Gadgets” que faz tudo; tem GPS, tem camera fotográfica, tem telemovel, armazena não sei quantos GB de música...só lhe falta falar, e casa de banho privativa... Apeteceu-me fazer o mesmo comentário que o Borges em Nova Yorque.
O Borges era um vendedor, à moda antiga, que vendia na província, visitava os armazenistas e as mercearias, ainda não havia Cash & Carries nem Hipermercados. O Borges tinha a 4ª classe, mas tinha também o dom da palavra. Em todas as reuniões de vendas lá estava todo o pessoal a picar o Borges para que “botasse” discurso, e ele não se fazia rogado.Discursava.
Um ano ( por volta de 1990), uma das viagens incentivo que demos à Força de Vendas foi a Nova Yorque, e claro que um dos participantes era o Borges. Eramos uns 30, entre Marketing, Vendas e Direcção da Empresa e fomos fazer um “tour” pela cidade. Parámos no World Trade Center, e saímos mesmo na entrada das Torres Gémeas. Convém dizer que o Borges é daqueles que não gostava de estar calado, gostava de emitir sempre a sua opinião. Quando saímos do autocarro de turismo, deparámo-nos com aquele espectáculo das 2 Torres. Só se viam os pescoços a subir a subir até alcançar o topo daqueles 2 edifícios magníficos...num silêncio de admiração fantástico. Nesse momento ouve-se o Borges a dizer...” O que é a natureza!!!!”
Lembrei-me do velho Borges quando meu filho me mostrou aquele Gadget.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Computadores

É cada vez maior a nossa dependência em relação aos computadores. Hoje não pude alugar um DVD num clube de vídeo “porque não temos computador” disse-me o funcionário. Ele tinha computador, que eu bem vi, só que não funcionava... Quem nunca foi prejudicado pelo facto de um qualquer computador se recusar a trabalhar, ou um sistema “ ter ido abaixo”? Todos. Até na empresa onde trabalho, quando o sistema vai “abaixo” é considerado uma catástrofe. O Joaquim da Luz é um grande amigo por exclência e um pintor por vocação, ou o contrário...um amigo por vocação e um pintor por excelência e vive no Funchal. No início da década de 90 eu ía muitas vezes à Madeira (afinal sou madeirense)e, claro, encontrava-me sempre com o Joaquim. Eu ficava hospedado no Madeira Carlton ( hoje Carlton Pestana ) para ficar mais perto da acção...o Salsa Latina, As Vespas, Nº2, o Farol, etc etc. Resta lembrar que os telemóveis não eram de uso tão comum como são hoje, digamos que haveria 1 telemóvel para cada 10 habitantes quando hoje será 10 para 10...ou perto. Numa dessas vezes que estive na Madeira (chegava sempre à 5ª feira de tarde e regresava a Lisboa no Domingo depois do almoço) o Joaquim precisou de falar comigo no domingo de manhã, já eu tinha feito o chek-out do hotel mas, como ele não sabia, telefonou para a recepção e pediu para falar com o Sr. Duarte Nuno (eu). Disseram-lhe “só um momento”.... Passado esse momento, o mesmo funcionário informava o Joaquim que “o Sr. Duarte Nuno não está no computador” , ao que o Joaquim respondeu, com aquele ar de quem está sempre na lua “eu sei, ele está num quarto”. Ah gande Quim....

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Reunião com a merda

Uma das situações mais embaraçosas com que um cidadão se deve deparar nos dias de hoje, é quando está naquelas casas de banho, todas seguidas, abertas por cima e por baixo, que existem principalmente nos aeroportos e centros comerciais, a fazer o “seu esforço” e.... toca um telemóvel. Todos os que se estão a “esforçar” naquele momento, sustêm a respiração. Primeiro, rezando para que não seja o telemóvel dele, segundo, para ouvir melhor como vai o outro desgraçado se desenrascar. Aconteceu-me isso há dias no aeroporto. Estava eu num desses WC’s ..e toca um telemóvel. O coração acelera mas...não era o meu (se fosse, desligava-o logo). Ufa. Era de um desgraçado que ...desgraçadamente, para ele, atendeu. Falava baixinho: “Estou? Agora não posso atender (já tinha atendido)...estou em reunião”. Em reunião!!?? Com quem!? Com a merda... Fez-se silêncio...só se ouvia baixinho ...hihihihihihihihihih. Enquanto me lembrar disto, vou desligar o meu telemóvel sempre que entrar num destes WC’s...não vão interromper-me alguma reunião. Safa...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Sexo virtual

Um amigo disse-me há dias que se tinha apaixonado virtualmente por uma mulher . Lá tive que ouvir a descrição da “dita cuja”, uma espécie de Pamela Anderson ...mas para melhor, segundo o meu amigo, claro. Lá pensei, “o que faz a paixão?” mas, de repente, caí em mim e perguntei-lhe se já a conhecia pessoalmente. Ele disse-me que não, mas que era quase como se se conhecessem, tinha montes de fotos da rapariga, já tinham falado ao telefone e, pasme-se, já tinham “feito amor virtualmente”. Sim senhor, anda um homem a criar um amigo durante anos para ouvir uma alarvice destas, pensei eu. Devo ter feito uma cara tão de anormal, que ele me perguntou se eu achava estranho esta situação? Amigo é amigo, e eu nem lhe falei que as fotos podiam não ser dela, podiam ter sido sacadas da net, que tivesse cuidado com as “falcatruas” que se podem fazer na web.... nada disso me ocorreu para dizer-lhe. A única coisa que me veio à cabeça, e que lhe disse foi: ainda bem que não precisaste de preservativo, é muito melhor foder ao natural...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Lider de Mercado

Não sei se todos os meios de informação serão assim, mas nos jornais desportivos é ridículo. Refiro-me às "sondagens" e "estudos de Mercado" para se saber qual o jornal desportivo mais lido em Portugal. Vem o jornal "A Bola" , e em grande destaque, demonstra que é o Jornal desportivo mais vendido e que mais cresceu em Portugal; vem o jornal "O Record" e diz que é o jornal mais lido (o mesmo jornal é lido por mais que uma pessoa) , e mais vendido na faixa etária entre os 17 e os 24 anos.
Enfim, faz-me lembrar o Álvaro Cunhal que transformava qualquer derrota em vitória.
No inicio da minha vida profissional fui Gestor de Produto numa multinacional, e quando nos chegavam os estudos de mercado para analizarmos as "quotas de mercado", e víamos que o "nosso" produto não era líder... dizíamos que o estudo estava mal feito, porque tinha comparado "alhos" com "bogalhos", ou seja, o nosso produto tinha sido comparado com outro que não era bem bem igual ao nosso.... O nosso tinha 275 cc cúbicos (o da concorrência tinha 280 cc)...o nosso era rosado (o da concorrência era lilás)... o nosso tinha fragrância de rosa ( o da concorrência era Lavanda)...etc., etc.. Concluindo: O meu produto era lider de mercado destacadíssimo nos Ambientadores com 275cc; com embalagem rosada e fragrância de rosa... o que não tinha nada a ver com essas porcarias que fazia a concorrência, com 280 cc, lilás e cheirando a lavanda que até pareciam Ambientadores.
Estou à espera que venha o jornal "O Jogo" dizer que é lider dos jornais desportivos com 29 cms x 40 cms, com 40 páginas e na faixa etária entre os 53 anos dez meses e 4 dias e os 53 anos dez meses e 5 dias. Depois queixam-se quando lhes chamam "Markatangas" em vez de "Marketeers"...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Soraia

Nem sei como dizer isto, mas penso que a melhor maneira é ser directo, verdadeiro e esperar as consequências. Penso que sou o único, que sou diferente, mas que se lixe...tenho que desabafar: gostava de "comer" a Soraia Chaves. Sei que a grande maioria dos homens, se não mesmo a totalidade, discorda comigo, ou seja, não estão de acordo que eu coma a Soraia. Penso mesmo que minha mulher é quem estaria em maior desacordo comigo... se soubesse deste meu intento. Sabemos como são as mulheres: "não sei o que é que ela tem que eu não tenha?" (eu acho que é ao contrário... minha mulher tem "coisas" que a Soraia não tem: anos... ou experiência; gordura...ou falta-lhe altura para o peso que tem...estas pequenas coisas) ou "com tanta mulher interessante logo queres a Soraia que tem ar de puta (nos filmes)"...pois aí é que está o busilis ...é por ela ter aquele ar de puta, que eu gostaria de a comer. Sei que ninguém concorda comigo, mas que hei-de fazer? Resta-me a esperança que a Soraia seja a única pessoa que concorde comigo mas, pelo sim pelo não, vou esperar deitado.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Vírgulas

Entre as várias coisas que eu tenho a perfeita noção que não sei fazer é onde colocar vírgulas. Por isso, nada melhor que escrever num blogg. É como se não soubesse nadar e mergulhasse em mar alto. Tenho sempre a sensação de andar ao sabor do meu humor: hoje sinto-me um "mãos largas", e desato a colocar vírgulas a torto e a direito, ou quando me sinto “avarento” não há vírgulas para ninguém e, tratando-se de um texto com alguma dimensão, a pessoa que o ler arrisca-se a morrer de asfixia. Confesso que devo ter faltado à aula em que a minha antiga professora de português ensinou esta parte da matéria. Gostava que houvesse uma regra muito simples para este tipo de pontuação, como o ponto final para terminar uma frase. Nesta minha pequena confissão não faço a mínima ideia de quantas vírgulas faltaram, ou foram colocadas a mais... ou fora do sítio. Neste momento estou a esbracejar no mar alto à espera que me atirem uma bóia ou umas braçadeiras.