quarta-feira, 30 de abril de 2008

Emigrante

Caros amigos e detestáveis inimigos,

Não tenho vida nem espírito para emigrante, e por isso, regressei a este rectângulo à beira mar plantado para continuar com aquela vida fantástica que se chama trabalho. Ainda estive durante uma semana a trabalhar o bronze, como vos tinha dito, mas aquilo depois começa a arder e torna-se insuportável. Senão vejam:


Depois foram as instalações que nos deram, não me habituei, ficava mareado. Podem comprovar:

Eu, como bom madeirense, gosto é de peixe espada preto e budião , e por aquelas bandas os peixes usam pijamas. Não acreditam? Vejam:

E o mar? Que dizer daquele mar que nada tem a ver com o nosso querido Oceano Atlântico? Um azul esquisito, que não se decide... numas zonas mais claro, logo mais escuro. Aquilo é para nos baralhar, ninguém me tira isso da cabeça, de tal modo que ainda hoje penso naquele raio daquela água. Onde já se viu água a 31º?Eu vi...

Ainda não lhes falei da areia. Tenho medo que me chamem mentiroso. Chamar areia a uma coisa branca que mais parece farinha. Só de loucos:


Outra coisa a que não me habituei, foi à hora do por do sol. O sol põe-se cedo, às 18h00 e um tipo tem que ir tomar umas cervejas ou uns Gins tónicos para fazer passar o tempo até ir jantar, porque depois de um dia de trabalho a "larica" aperta.

E como me pediu a blueminerva dei um abraço no tubarão ( e fiquei com o beijo para mim) mas vim embora antes que servisse de refeição ao dito cujo:


E, principalmente, voltei com as saudades das minhas amigas e amigos. Prometo que tão cedo não volto a emigrar. Só para a semana vou experimentar 3 dias em Amsterdam, mas depois acabou-se. Até final de Maio não emigro mais. Não tenho espírito... já perceberam.



Um Abraço ...de saudades

Inquérito BBS

Fui desafiado pelo amigo BBS a responder a este inquérito, e ainda não compreendi porque o vou fazer.


Família: Indispensável

Homem: Me myself and i

Mulher: A que se ama

Sorriso: De felicidade

Perfume: O que me oferecem

Carro: Confortável e suficientemente veloz (o meu, por exemplo)

Paixão: O meu filho

Amor:
que seja incondicional

Olhos: que não enganam

Sal: Prefiro “picante” para não ficar “insonso”

Chuva: Odeio

Livro:
Amor em Tempos de Cólera

Filmes: Cinema Paraíso

Músicas: As que nos fazem recordar...

Dinheiro: O suficiente para viver ...bem

Silêncio: Fundamental tantas vezes...outras ensurdecedor

Solidão: Necessária em alguns momentos

Flor: Antúrio

Sonhos: Ser capaz de sonhar

Cidade: Paris

País: Portugal

Não viver sem: Amigos

Nunca deixar de ser: Livre

Qualidades: Reconhecer que as tenho...

Defeitos: Pensar que tenho mais qualidades do que as que tenho na realidade

Gostos: Não se discutem

Não passarei: A vida a lamentar-me do que não fiz e podia ter feito

Detesto: Hipocrisia.... e o Purovic

Pessoa: Fernando

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Trabalho duro

Serve a presente para informar os meus amigos, inimigos e leitores que me ausentarei deste espaço até dia 27 de Abril. Não se trata de nenhum problema de saúde, mas de trabalho. Trabalho duro. Com efeito, neste período, vou trabalhar o bronze. Surgiu-me esta oportunidade de um contrato de uma semana nas Maldivas, e como as condições eram irrecusáveis...aceitei. Bem sei que é um trabalho duro, mas alguém tem que o fazer... Vou eu. Por este motivo, não poderei responder a comentários, nem escrever comentários nos bloggs dos meus queridos amigos e amigas, mas sei que vcs todos compreenderão que o sacrifício que vou fazer é por pura necessidade, e que quando, no outro lado do mundo, estiver a fazer o árduo exercício de levar a Piña Colada à boca, com os pés dentro daquela água a 30º, sentirei alguma inveja das belas vidas que ficaram cá no burgo. Se alguém tem que se sacrificar...que seja o mais velho. Eu.

Obrigado pela vossa compreensão e apoio.

Abraços e beijos...

terça-feira, 15 de abril de 2008

A Aliança

A Santa Aliança reuniu-se para comemorar aquilo a que podemos chamar uma “fantástica vitória” ...daquelas em que a união faz a força. O facto é que a telepatia não vinha nos regulamentos como sendo proibida e foi através dela que muitas batalhas foram ganhas. Houve algumas derrotas, mas nós fomos de derrota em derrota ...até à vitória final. Os Heróis: ”blueminerva”, “Su” e o “nunices”. Responsável por sermos heróis: Jorge Shinobi. Local combinado para celebrar: Madeira.

A primeira reunião teve lugar no Café do Museu, onde nos fomos conhecendo à medida que chegávamos. Conhecendo e bebendo umas imperiais... a blueminerva levou a água de casa, mas depois lá entrou no espírito da coisa e pediu o seu primeiro Compal de pêssego da noite. Foi aqui que comecei a conhecer aqueles que hoje considero amigos.

O Jorge era aquele que eu já melhor “conhecia”, ainda que virtualmente, pois já tinha visto a foto. É um rapaz sensacional, de uma elevada educação, culto, responsável, divertido e que para beber só cerveja, vinho tinto e Jameson...Tenho orgulho em dizer que hoje o considero amigo real.

A Su, é a personificação da alegria e da simpatia, tem um rir contagiante. A foto da mão com o anel (a foto que a identifica no seu blogg Marakoka) fez com que eu não me enganasse muito a respeito da sua personalidade...ou foi a telepatia que usámos para o concurso que fez com que não me tivesse surpreendido muito. Esperava uma pessoa muito parecida com a que encontrei. Felizmente acertei. Uma mulher bonita com classe que não admite maus humores perto dela...aliás, penso que perto da Su ninguém consegue estar de mau humor. Simplesmente fantástica.

A blueminerva é exactamente como a foto do blogg, se excluirmos as botas e a mini-saia... porque foi de calças. Foi em quem mais falhei na idealização que fiz de cada um dos participantes. Habituamo-nos a lê-la no blogg e criamos uma imagem que em muitos casos não correspondeu ao que conheci. É verdade que quando chegou ainda lhe saíram umas “caralhadas”, mas foram só duas ou três. É uma miúda muito bonita e elegante que tem a irreverência da idade, mas que é também sensível, alegre, divertida. Um mimo autêntico. É a pessoa que mais Compal bebe na Madeira. Penso que o importador de Compal para a Madeira fica a saber quando a blueminerva sai da sua terra....as vendas baixam.

O jantar foi divertidíssimo, com trocas de prémios, cada um contava algum episódio vivido, fomo-nos conhecendo aos pouco ao som da música e tomando whisky (eu e a Su) Jameson e Compal.

Fomos ao Café do teatro onde “conheci” a magnífica prima da Inês, sob a forma de poster, e conhecemos, como uma das fotos pode documentar, o grande amigo do Jorge, o Sr. Bombeiro. Claro que houve mais whisky, Jameson e Compal.

A noite acabou no local favorito do Jorge: O “Jam”. Eu acho que é pelo nome que o Jorge tanto gosta deste local, afinal tem quase o mesmo “sabor” que o Jameson de que ele tanto gosta. Estava eu e a Su de copo na mão ( o Jorge e a Nádia na zona de fumadores), quando chega uma rapariga, olha para a Su, olha para mim, e ao som da música começa a dar-me socos no peito...e eu deixei. Passou-se 1 minuto em que deixei que a rapariga me agredisse até que ela se foi embora, e então eu comentei com a Su: Tens umas amigas um pouco violentas. Ao que ela me respondeu: Amiga!?...não a conheço de parte nenhuma, julguei que fosse tua amiga. Conclusão: fui “agredido” por uma tipa que já tinha bebido tanto álcool como a Nádia tinha bebido Compal, e não sei quem era.
Ali acabámos a nossa primeira reunião da Aliança, ao som da música dos anos 80, de copo na mão, um pezinho de dança...e aí constatei a verdade do meu “amigo” : o melhor movimento feminino é o bambolear das ancas de uma mulher.

Para verem as fotos vão aqui:
http://shinobi-myasianmovies.blogspot.com/

Obrigado e até sempre Amigos ...Jorge, Nádia e Susana

terça-feira, 1 de abril de 2008

Touro Enraivecido

Quando vivia com os meus tios, e estes ainda não tinham filhos, no momento em que meu tio saía para o trabalho ( ele era comerciante) o único “homem” da casa era eu. Tinha uns 5 anos, e ficava em casa com minha avó, minha tia e as duas empregadas. Não tinha ninguém com que brincar e elas não estavam muito interessadas em brincar comigo. Num desses dias devo ter “azucrinado” tanto a cabeça a uma delas que me deu um novo “brinquedo”: um bocado de pano, linhas, uma agulha, uns 3 ou 4 dedais, não fosse o “menino” picar-se e explicou-me que podia desenhar com as diferentes cores de linhas no pano branco. E assim comecei, aquilo que poderia ter sido uma carreira de sucesso no mundo da alta-costura. Naquele dia meu tio esqueceu-se de qualquer coisa e teve de ir a casa (coisa rara) a meio da manhã. Quando entra no quintal, vê-me sentado, todo entretido e chega-se ao pé de mim e já com cara de poucos amigos me pergunta: Que é que estás a fazer?...eu não sabia se tinha dado algum ataque de parvoíce ao homem, mas olhei para ele, olhei para o que tinha nas mãos e respondi: Não vê que estou a bordar!? O “brinquedo” foi-me imediatamente confiscado e foram convocadas todas as mulheres da casa. Aviso: situações daquelas jamais se voltariam a repetir, fosse com agulhas, fosse com qualquer tarefa menos máscula. Desde aquele dia nunca mais peguei numa agulha.

Minha tia era uma fanática ( e ainda hoje gosta muito) do Carnaval.
Era nossa vizinha a Srª. Francisquinha que tinha como empregado doméstico o Sr. José ...Cabeça de Bidé. É obvio que a parte Cabeça de Bidé era uma alcunha pelo formato que tinha a cabeça do Sr. Eu sempre pensei que antes de existir o Sr. José, não existiam bidés, porque tinha sido através da cabeça dele que tinha saído o molde para ser construído o primeiro bidé da história. O Sr. José tinha outra característica particular, era paneleiro (naquele tempo ainda não existiam o termo gay) e também gostava muito do Carnaval. Disfarçava-se sempre com o mesmo disfarce: Carmen Miranda., por isso, nos meios artísticos também era conhecido como Carmen Miranda. Quando eu tinha 5 anos, nesse Carnaval, minha tia decide mascarar-me. E eu não gostei nada da ideia, mas lá teve que ser....convenceram-me que ia de índio, minha tia lá confeccionou o fato...que era mais um vestido de cabedal, peruca com tranças pretas, cara pintada, colares de bugigangas... e fiquei eu convencido que era um autentico Touro Enraivecido em miniatura. A quem é que minha tia pede ajuda para me levar ao concurso no Ateneu do Funchal? Ao Sr. José Cabeça de Bidé. Lá fomos para o Ateneu, inscreveram-me no concurso... e azar dos azares ganhei o 1º prémio. Aqui começa a meu martírio. Quando anunciam o meu nome, quem me leva ao colo para o palco?...o José Cabeça de Bidé. O que diz o cabrão do apresentador? ...”e o primeiro prémio vai para esta magnifica e linda indiazinha”..... Estive a ponto de desmaiar...já estava no colo de um tipo conhecido por Carmen Miranda, tinha acabado de ser chamado de linda indiazinha.....e temi que o apresentador continuasse..... “que ainda na semana passada bordava candidamente sentada no jardim de sua casa”. Entrei no Ateneu como Touro Enraivecido...e saí como Raio de Luar. Nesse mesmo dia jurei que nunca mais na vida gostaria do Carnaval.

A minha única distracção desse Carnaval foi ver o Sr. José Cabeça de Bidé transformar-se em Carmen Miranda, com minha tia a ajudá-lo a colocar os mais de 30 kilos de fruta que uma cabeça daquelas tinha que levar para ficar compostinha, e ele depois a sair para o baile que se realizava na sede dos Estudantes Pobres bamboleando-se e cantarolando....”O que é que a baiana tem?”